A conscientização da importância de uma dieta saudável por parte considerável da sociedade torna os alimentos funcionais (definidos como alimentos capazes de oferecer benefícios para além de suas propriedades nutricionais básicas) cada vez mais relevantes para a indústria, que busca atender a demanda crescente dos consumidores por saudabilidade. De acordo com o relatório The Future of Food & Drink 2030, elaborado pela WGSN, empresa especializada em tendências de consumo, os alimentos funcionais devem se tornar até 2030 itens básicos na lista de compras.
A produção desses alimentos, no entanto, depende de ingredientes funcionais de qualidade, que, atualmente, em sua grande maioria, vêm de outros países. Para desenvolver opções nacionais desses ingredientes, a partir de matérias-primas brasileiras, a Plataforma Biotecnológica Integrada II, coordenada pela Profa.Dra. Juliana Alves Macedo, trabalha no estudo de processos biotecnológicos para a obtenção de extratos ricos em fenólicos de alto valor biológico a partir de resíduos agrícolas.
Paralelamente ao objetivo de gerar valor aos co-produtos de cadeias produtivas, destinando-os à produção de novos ingredientes, a iniciativa busca promover e aumentar o emprego dos compostos bioativos de origem vegetal pela indústria alimentícia nacional, o que pode resultar na produção de alimentos industrializados de melhor qualidade nutricional e também colocar o Brasil na vanguarda do segmento de funcionais.
A plataforma optou por iniciar seus trabalhos com as seguintes matérias-primas: café verde e defeituoso, pele de amendoim e resíduos de cítricos. A escolha se deu pela avaliação de quais fontes de fenólicos atendiam a alguns requisitos fundamentais: primeiramente, o perfil de compostos bioativos com benefícios à saúde, ao mesmo tempo grande volume de produção, baixo custo e grande disponibilidade.