PBIS e COP 30: a ciência brasileira alinhando inovação alimentar e sustentabilidade para enfrentar os desafios do clima.
Quando falamos sobre mudanças climáticas, muitas vezes pensamos apenas em energia, desmatamento ou transporte. Mas o sistema alimentar global também é um dos grandes protagonistas da crise — e, ao mesmo tempo, uma das chaves para enfrentá-la.
Na COP30, que será realizada em novembro de 2025 em Belém do Pará, essa conexão entre clima e alimentação deve ganhar ainda mais destaque. E o Brasil, com sua biodiversidade, sua experiência em produção de alimentos e sua capacidade científica, tem um papel essencial nesse debate.
É nesse contexto que um projeto de inovação aberta do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), o PBIS — Plataforma Biotecnológica Integrada de Ingredientes Saudáveis — se conecta diretamente à agenda da COP. Mais do que desenvolver novos ingredientes ou processos, o PBIS é uma proposta concreta de como a ciência pode contribuir para a construção de um sistema alimentar mais saudável, justo e mais sustentável.
O projeto reúne instituições públicas de pesquisa, universidades e empresas em torno de um objetivo comum: desenvolvimento de novos ingredientes a partir de matérias primas nacionais e que incorporem saudabilidade aos alimentos, por exemplo, transformar resíduos da agroindústria em ingredientes funcionais; investir em proteínas vegetais que utilizem menos água, terra e energia; explorar rotas biotecnológicas inovadoras para produzir proteínas doces e fibras com ação prebiótica; ou ainda desenvolver lipídios com menor absorção calórica para reformular produtos sem comprometer o sabor.
“Estamos falando de transformar subprodutos e resíduos da agroindústria em ingredientes funcionais, investir em proteínas vegetais obtidas de leguminosas de descarte, usar menos água e energia e desenvolver lipídios e fibras com benefícios nutricionais reais — tudo isso sem renunciar ao sabor, da qualidade e da viabilidade industrial. É a ciência mostrando que é possível inovar com responsabilidade” Claire Sarantópoulos, diretora de Ciência e Tecnologia do Ital/Apta/SAA e gestora de Comunicação do NPOP-PBIS
Cada uma dessas soluções representa uma estratégia distinta, mas todas têm algo em comum: nascem de uma ciência comprometida com a sustentabilidade — não apenas como discurso, mas como prática. São tecnologias desenvolvidas com base no conhecimento acumulado pelas instituições públicas de pesquisa, como o Ital, que consideram os impactos ambientais, nutricionais, sociais e econômicos de suas aplicações.
Essa abordagem multidisciplinar é o que torna o PBIS especialmente relevante em um evento como a COP30. A conferência será realizada na Amazônia, um dos maiores patrimônios naturais do planeta, mas também uma região marcada por desigualdades, insegurança alimentar e conflitos socioambientais. Discutir soluções para o clima a partir desse território é também discutir inclusão, acesso à alimentação de qualidade, valorização da biodiversidade e fortalecimento de cadeias produtivas locais.
Nesse cenário, o Brasil tem muito a oferecer — e a ciência brasileira tem muito a dizer. O PBIS mostra que é possível alinhar inovação tecnológica, saúde e sustentabilidade em um mesmo projeto, com resultados que podem ser apropriados pela indústria nacional, gerar valor para a sociedade e atender aos compromissos climáticos globais.
A COP30 será um marco nas discussões sobre a implementação das metas climáticas. Mas, para além dos acordos e declarações, o que realmente fará a diferença será a capacidade de transformar conhecimento em ação. E o PBIS é um exemplo vivo dessa transformação.
“O PBIS representa uma nova forma de fazer ciência: colaborativa, aberta e profundamente conectada aos desafios do nosso tempo. Ao unir pesquisa pública, conhecimento científico e o engajamento da indústria, conseguimos transformar desafios ambientais em soluções reais para a saúde e o clima. É assim que o Ital cumpre seu papel: conectando ciência, alimentos e pessoas na construção de um futuro mais sustentável.” Quote Claire Sarantópoulos, diretora de Ciência e Tecnologia do Ital/Apta/SAA e gestora de Comunicação do NPOP-PBIS
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“Estamos falando de transformar subprodutos e resíduos da agroindústria em ingredientes funcionais, investir em proteínas vegetais obtidas de leguminosas de descarte, usar menos água e energia e desenvolver lipídios e fibras com benefícios nutricionais reais — tudo isso sem renunciar ao sabor, da qualidade e da viabilidade industrial. É a ciência mostrando que é possível inovar com responsabilidade” Claire Sarantópoulos, diretora de Ciência e Tecnologia do Ital/Apta/SAA e gestora de Comunicação do NPOP-PBIS